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Esquizofrenia e Alterações Vasculares no Cérebro: Novas Descobertas

  • majoritec
  • 19 de set. de 2023
  • 3 min de leitura

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Você já ouviu falar sobre esquizofrenia? Este transtorno mental grave e multifatorial pode afetar até 1% da população mundial. Geralmente, seus sintomas se manifestam quando a pessoa é um jovem adulto. No entanto, um estudo recente sugere que a esquizofrenia pode estar relacionada a alterações na vascularização de regiões específicas do cérebro.


Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conduziram esse estudo fascinante, que nos faz repensar a compreensão da esquizofrenia. Eles observaram que células neurais, conhecidas como astrócitos, derivadas de pacientes com a doença, desempenham um papel importante na formação de vasos sanguíneos mais finos em algumas áreas do cérebro, o que pode afetar a rede vascular cerebral.


O Que é a Esquizofrenia?


Antes de mergulharmos nas descobertas deste estudo inovador, vamos entender um pouco mais sobre a esquizofrenia. Este transtorno mental é caracterizado por uma série de sintomas, incluindo:

  • Perda de contato com a realidade (psicose).

  • Alucinações, como ouvir vozes.

  • Falsas convicções (delírios).

  • Pensamento e comportamento anômalos.

  • Diminuição da motivação.

  • Piora da função mental (cognição).


A esquizofrenia é um desafio para os pacientes e suas famílias, e a busca por tratamentos eficazes tem sido uma prioridade na pesquisa médica.


O Papel dos Astrócitos na Esquizofrenia


O estudo em questão se concentrou em uma parte pouco explorada da esquizofrenia: o papel dos astrócitos. Essas células são essenciais para a manutenção dos neurônios e atuam como as "usinas" energéticas do sistema nervoso central. Os pesquisadores descobriram que os astrócitos podem estar relacionados a alterações na espessura dos vasos sanguíneos no cérebro, o que pode levar à diminuição no fluxo metabólico (produção de energia) em certas áreas cerebrais. Isso é crucial, pois sugere que os astrócitos desempenham um papel central na esquizofrenia e podem ser alvos para novas terapias.


Daniel Martins-de-Souza, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e um dos autores do estudo, explicou: "Mostramos que os astrócitos podem estar envolvidos com uma alteração na espessura dos vasos do cérebro. E isso pode estar relacionado com um fator importante da esquizofrenia: a diminuição no fluxo metabólico [produção de energia] em certas regiões cerebrais. Isso reforça o papel dos astrócitos como um elemento central da doença, tornando-os um alvo para novas terapias."


Como o Estudo Foi Realizado


Os pesquisadores começaram comparando astrócitos derivados de células da pele de pacientes com esquizofrenia com astrócitos derivados de pessoas sem o transtorno. Para fazer isso, eles usaram uma técnica avançada que envolveu a reprogramação das células epiteliais para um estágio de pluripotência, característico de células-tronco induzidas.


Em seguida, eles induziram a diferenciação dessas células, transformando-as em células-tronco neurais, que podem dar origem tanto a neurônios quanto a astrócitos. Essa abordagem permitiu que os pesquisadores examinassem as diferenças nas células e identificassem as mudanças moleculares e funcionais associadas aos astrócitos em pacientes com esquizofrenia.


Resultados Surpreendentes


Os resultados do estudo foram surpreendentes. Primeiro, uma análise proteômica revelou diferenças significativas nas proteínas expressas pelas células-controle e pelas células de pacientes com esquizofrenia. Eles encontraram alterações imunes associadas aos astrócitos, bem como diferenças em citocinas inflamatórias e proteínas relacionadas à formação de novos vasos sanguíneos no cérebro.


Além disso, os astrócitos derivados de pacientes com esquizofrenia apresentaram uma resposta inflamatória alterada que afetou a vascularização. Os pesquisadores conduziram ensaios funcionais usando um modelo de sistema vascular baseado na membrana que envolve o embrião de galinha para verificar como as substâncias secretadas pelos astrócitos influenciavam a formação de vasos sanguíneos. Eles descobriram que os astrócitos dos pacientes promoviam uma vascularização mais imatura e menos eficiente, o que poderia contribuir para os sintomas da esquizofrenia.


Implicações para o Futuro


Este estudo não apenas fornece uma visão mais profunda dos mecanismos moleculares subjacentes à esquizofrenia, mas também destaca a importância dos astrócitos no desenvolvimento dessa doença neurológica. Os astrócitos parecem estar envolvidos desde o início, interferindo no neurodesenvolvimento, e podem contribuir para a malformação de circuitos cerebrais que desencadeiam a esquizofrenia na idade adulta.


Além disso, essa pesquisa nos lembra que o cérebro é um órgão complexo com muitos atores envolvidos em sua saúde e função. Os astrócitos, uma vez considerados secundários em relação aos neurônios, agora emergem como peças-chave no quebra-cabeça da esquizofrenia e de outras doenças neurológicas.


À medida que continuamos a desvendar os segredos do cérebro humano, essas descobertas oferecem esperança de novas abordagens terapêuticas para tratar a esquizofrenia e outras condições neurológicas complexas. A pesquisa médica avança constantemente, e cada nova descoberta nos aproxima de uma compreensão mais completa do funcionamento do cérebro e das maneiras de tratar os distúrbios que o afetam.

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